Na noite de sexta-feira, 4 de abril, a Academia Brasileira de Letras (ABL) viveu um de seus momentos mais emblemáticos. O diplomata e romancista Edgard Telles Ribeiro tomou posse na cadeira de número 27, sucedendo o poeta e ensaísta Antonio Cicero, falecido em outubro de 2023. A cerimônia, repleta de simbolismos e emoção, reuniu grandes nomes da literatura e da cultura brasileira em um dos eventos mais importantes do calendário intelectual do país.

Uma cerimônia marcada por tradição e significado

A solenidade de posse foi conduzida com a elegância e o rigor que fazem parte da tradição da Academia. O discurso de recepção ao novo imortal foi feito pelo jornalista e Acadêmico Ruy Castro, que celebrou a trajetória literária de Edgard com inteligência, afeto e senso histórico.

Como manda o protocolo da ABL:

  • O colar acadêmico foi entregue por Antonio Carlos Secchin

  • O diploma por Ana Maria Machado

  • E a espada — tradicional símbolo da Academia — foi passada por Arnaldo Niskier, substituindo o decano José Sarney

  • A entrada no Salão Nobre contou com a condução de Antonio Torres, Godofredo de Oliveira Neto e Gilberto Gil

  • A comissão de saída foi composta por Arno Wehling, João Almino e Ricardo Cavaliere

A noite foi também uma celebração da permanência da literatura e da memória cultural do Brasil.

O novo imortal: entre diplomacia, ficção e crítica social

Edgard Telles Ribeiro tem uma carreira consolidada como diplomata e se destacou na literatura com obras como “O Punho e a Renda”, um romance essencial sobre os bastidores e as complexidades da Ditadura Militar no Brasil. Sua escrita combina olhar crítico, apuro estético e sensibilidade política — qualidades que agora passam a integrar o patrimônio literário da ABL.

Segundo o presidente da instituição, Merval Pereira, “Edgard é um grande romancista, um intelectual refinado, cuja obra tem profundo impacto na literatura brasileira contemporânea.”

A força da continuidade: a cadeira 27

A cadeira 27 da Academia Brasileira de Letras já foi ocupada por nomes como Otávio de Faria, Eduardo Portellae Antonio Cicero. Agora, com Edgard Telles Ribeiro, ela se abre para novas narrativas, mantendo viva a ponte entre tradição e contemporaneidade, entre o passado e o presente da literatura nacional.