Entre os dias 21 e 22 de março de 2023, em comemoração ao Dia Internacional das Florestas e ao Dia Mundial da Água, tive o privilégio de apresentar meu projeto "Semeando Água" no II Fórum Online Interdisciplinar. Essa iniciativa foi realizada em parceria com a Universidade Estácio de Sá e a Organização das Nações Unidas (ONU), onde a natureza e seu ciclo vital foram o foco central, destacando a água como alimento e elemento essencial da vida.
Neste trabalho, a água é representada em esferas, simbolizando os frutos de uma árvore, encarnando a dualidade da vida: por um lado, os frutos repletos de vitalidade e nutrientes, e por outro, frutos afetados pela contaminação humana, que comprometem suas raízes e essência.
As gotas que caem das esferas de água, semelhantes ao pólen, espalham vida pela terra, perpetuando o ciclo vital. Contudo, nas esferas afetadas pela poluição, esse ciclo é interrompido, não ocorrendo a renovação que é tão crucial.
Visualize uma árvore adornada com frutos presos por metais preciosos, como ouro e prata. Não é apenas uma árvore com adornos, mas um símbolo do ciclo de consumo, onde o natural se torna produto e a essência da vida é comercializada.
O desmatamento para cultivo em larga escala, como é o caso da soja transgênica e de outras plantações saturadas de agrotóxicos, altera o núcleo da natureza, produzindo frutos contaminados. A agropecuária contribui para este cenário, devastando florestas e poluindo lençóis freáticos, afetando rios e mares e evidenciando a carência de políticas de saneamento urbano eficazes.
As esferas, transformadas em adornos, estão atadas ao ouro e à escuridão presente nas práticas de garimpo, que usurpam os elementos fundamentais para a vida.
Quem, então, pode reivindicar a posse de uma árvore de água? A quem pertence o fruto, a água? E quem realmente tem acesso à água "orgânica"?
Refletir sobre o valor da água é essencial.
Vamos juntos Semear a Água!
Dani Paiva